Leia também: Jesus e o porque da cruz (Parte 1) e Jesus e o porque da cruz (Parte 2).
Com a suplantação de diversas dessas ideologias sem muito apelo popular (o mitraísmo, que por exemplo, não admitia mulheres) e de crenças discordantes, veio a ascensão do cristianismo primitivo. Isso depois de um tempo despindo-se de uma boa parte suas raízes, e agora pontuado com traços de outras crenças, como a admissão de um deus humanizado, vivo em carne: Iesus Khristós, o tal Jesus da posteridade.
É gritante que essa ideia de um novo deus rivalizando com a figura do imperador, não iria agradar as lideranças romanas. No entanto ela seria determinante para a ‘sincretização’ com a fé vigente. As massas aceitariam muito mais a figura de um mártir e dos eventos construídos (ainda que fantásticos) em torno de seu sacrifício, que a de um deus não personificado, muito menos a de seus imperadores, meramente homens.
Que a cruz era o instrumento maior de tortura e humilhação dos romanos isso não é novidade. Entretanto, usar da cruz como símbolo e pôr seu deus-mártir caindo ante a opressão romana, ressurgindo vitorioso da morte, e ainda prometendo uma vida nova e eterna aos seus seguidores, mediante a negação do governo dos homens (Roma e seu imperador) abraçando o “Reino dos Céus”, era novo e sim revolucionário!