Eu quero acreditar! (Parte 2)

Leia também: Eu quero acreditar! (Parte 1).

Claro que fé pode significar um cem número de outras coisas, o que me refiro aqui é a fé no sentido religioso, místico, espiritual da coisa. São dois caminhos contrários, na fé religiosa a crença se sustenta na fé, na fé empregada no jargão popular há pistas que nos empurram para, aí sim, poder acreditar.

Religiosos fundamentalistas, apelam para a ignorância e se agarram ferozmente ao significado que as convêm, já pessoas mais esclarecidas tentam racionalizar suas crenças e atribuem esse significado (expectativa) a sua fé, por pura ilusão, já que como disse, não há evidências que as deem suporte.

Em ambos os casos, se por desonestidade intelectual (de propósito) ou desinformação (sem querer), estão sendo puramente ingênuas. Muitas são as pessoas que expurgam de seu meio quaisquer coisas capazes de contrapor sua fé, apontando que sua crença se sustenta somente nisso, ‘querer acreditar’.

Eu quero acreditar! (Parte 1)

Leia também: Eu quero acreditar! (Parte 2).

É comum ver religiosos arraigados atribuindo a sua fé características que esta não tem. A mais prosaica é dar a essa o porte de uma virtude, quando na verdade fé, a meu ver, é um ‘pecado’! É bastante fácil se confundir fé (uma atitude irracional) com expectativa  (minimamente plausível).

Muito embora essas ideias sejam totalmente antagônicas. Fé é irracional porque se baseia em alimentar convicções sem qualquer embasamento, enquanto que ter expectativas é fomentar certa esperança, entretanto, tendo evidências que suportem ou ao menos deem a entender que isso é possível.

Exemplo: se você estudou para prova dias e noites a fio, você espera, tem esperança, uma expectativa, de uma boa nota, se não estudou como se deve, foi displicente nas aulas, e ainda assim espera uma boa nota, você está alimentando uma falsa expectativa, você está meramente tendo fé.

Fé e crença

A maior parte das pessoas que se identificam como sendo teístas (religiosas ou não) não são verdadeiramente crentes, no sentido literal da palavra. Visto que estes não dizem crer que seus deuses existem, mas sim TEM CERTEZA DISSO. Na contramão, raríssimos ateus (militantes ou não) apontam a inexistência de deuses como  irrevogável, pouquíssimos os que dizem: “Eu sei que nenhum deus existe!”

Aparentemente usar da razão para justificar uma convicção requer arcar com muito mais exigências, geralmente envolvendo uma ou outra forma de empirismo e investigação. Enquanto que lidar com fenômenos ditos inexplicáveis se valendo de fé, desde fadas até anjos, a exemplo, é muito mais simples. Daí se explica o porque de pessoas com baixa escolaridade serem bem menos céticas, em certos casos ingênuas.

O problema de certos religiosos é tentar racionalizar em cima de suas crenças, fé (não confundir com “dúvida”) é irracional. Crer e ter fé, são a meu ver, bem diferentes, crer é o parte do processo, eu observo evidencias, traço uma hipótese, testo a mesma isolando variáveis, e tenho uma convicção (não confundir com “certeza, saber”). Já com a fé eu sei algo, indubitavelmente, e mesmo sem quaisquer evidências.