O Inferno existe?

Indo direto ao ponto e sem muita enrolação, a resposta é sim(!) Explico: Ao longo da Bíblia três palavras são traduzidas para português para fazer referência ao “inferno”: Sheol, Hades, Tártaro e Gehenna.

Sheol e Hades são palavras que se referem a mesma coisa: uma sepultura. A primeira em hebraico a segunda em grego. Então se o texto cita quaisquer dessas o autor está se referindo a túmulos, unicamente!

Tártaro, por sua vez, é o lugar em que os deuses helênicos aprisionaram os titãs depois da guerra contra estes, a Teogonia. Então isso significa que o inferno é algum tipo de quarto alugado do cárcere dos olimpianos?

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E finalmente Gehenna, o tal “lago de fogo”. Outra invenção, pois Gehenna nada mais é do que um lugar físico, mais precisamente o Vale de Hinon, que era onde os judeus queimavam o lixo, um aterro sanitário(!).

O inferno, segundo os moldes apregoados pelo cristianismo é obviamente de origem grega, mais precisamente de autoria do filósofo Platão, que o descreve em detalhes ao longo de sua obra, na tradição helênica.

Os judeus não acreditam em inferno, no entanto a ideia era bastante difundida. Nos primeiros séculos, após as investidas macedônicas e vivendo sob julgo romano, os judeus experimentavam uma “helenização”.

Deus ‘escapa’ a Ciência? (Parte 2)

Leia também: Deus ‘escapa’ a Ciência? (Parte 1).

Os elementos que basicamente costumo separar para essa conjectura primariamente são: definição de entidade, de ‘ser’, a base da consciência em si; propósito inerente a uma criação não condicionada, ou ‘gênesis racional’; racionalização de amostragem, ou observação de interferência na ‘fisics’. É muito fácil dizer que: “Deus escapa ao método cientifico”, sem ao menos determinar que tipo de deidade está aí para se debater coerentemente.

Um deus, como o do deísmo, por exemplo, parcialmente me ‘escapa’, pois mesmo determinado como uma entidade consciente, notoriamente não há intervencionismo de sua parte. Muito embora ainda caia na ‘malha’ do método cientifico de avaliação, de sua possível existência, aqui descrito, por sua aparente carência de propósito na sua criação, a menos que este não se importe nem um pouco com logística ou gerência.

Entretanto deuses pessoais, determinados por crenças institucionalizadas ou não, que decorrem de uma extensa gama de derivações sincréticas, estes, assim como toda a mitologia que os cercam caem por terra com um mero vislumbrar das contradições de sua própria construção. Assim, se mora no céu, voa; se ouve preces, então viola o livre arbítrio; se é “Pai”, tem pênis.

Deus ‘escapa’ a Ciência? (Parte 1)

Leia também: Deus ‘escapa’ a Ciência? (Parte 2).

É prosaico ouvir construções filosóficas vãs nesse sentido, a meu ver de uma desonestidade sem tamanho. Pôr em pé de proporção evidência e existência, e pior, sem ao menos previamente determinar o que está sendo posto em estudo e quais características devem ser vistas em pauta, uma a uma, para ai sim, determinar os métodos mais condizentes, é pura ignorância, quiçá, um desserviço da parte de quem pende a hipocrisia.

Como mensurar a perfeição? Há coisas mais ou menos perfeitas por definição? Há graus observáveis para essa comparação? Posso me afirmar como pobre, ganhando dois salários mínimos ou meu amigo que mora na Alemanha pode dizer que é rico porque recebe € 550,00 ao término de cada mês? Claro, existe um grosseiro erro nessas construções: É a comparação sem parâmetros!

Só existe um meio de atribuir adjetivos de comparação, estabelecendo parâmetros, ‘isolando variáveis’, e qualquer semelhança com Ciência não é coincidência. Isolados os elementos de análise, aplicando-se o método e observando seus resultados, posso no mínimo dar graus de seguridade para praticamente toda ideia, mesmo: “Deuses, provavelmente, não existem!”.